Entre a pasmaceira fútil da Barbie e as incríveis aventuras ao lado de amigos super heróis ah! ficamos com ela.
Ps: Mulher Maravilha, 3ª Temporada Completa, 8 DVDs - taí um presente de Papai Noel que muitas balzaquianas curtirão.
Mais uma pérola do cinema infantil. Uma parábola árabe que encoraja novas perspectivas para o Mito do Graal. Aqui o Graal é a Fada dos Djins. E todas as instâncias simbólicas impregnando o filme através das lindas cores das feiras marroquinas, do movimento do mundo fantástico de bichos e superstições e pasme!, no alinhavo semântico que se dá através da convivência entre duas línguas tão diferentes (e o ajuste de contas entre dois irmãos).
"O cinema é então em parte ligado à tradição metafísica ocidental, tradição do ver e da visão, na qual parece realizar a vocação ´fotológica´. O que é a ´fotologia´? Poderia ser o discurso da luz? Um discurso teleológico certamente, se é verdade que a teleologia consiste em neutralizar a duração e a força em favor da ilusão do simultâneo e da forma (Derrida)."A rampa: temos aqui o pensamento enviezado (e atávico) de Serge Daney, numa propulsão magnífica tela adentro. Juntando seus melhores textos sobre cinema publicados nos famosos Cahiers du Cinéma, ajustados num período específico (1970-1982) e pensados sobre o tapete do estruturalismo francês.
"Assim herdávamos a aporia que vem daí. Porque aquilo que permite a esse olhar dirigir-se - a tela - torna-se objeto impossível. Ao mesmo tempo, esconderijo e janela, abertura e hímen. Invisível, torna visível; visto, torna invisível."
Está a venda na 2001 mais próxima de você. Para os cinéfilos, os críticos e um mais ainda da coletividade.
"O céu se serviu do amor e fez todos castigados.: os Montéquio e os Capuleto, por fraterna dor irmanados, findaram as discórdias e um a outro abraçados, prometeram-se em louros lado a lado estátuas aos filhos eternizados. No definitivo da história, Romeu Lua e Estrela Júlia celebraram o circo céu das paixões abrindo livre vereda no dentro do ferro das prisões. O sinhô siga, pois então caminhozinho seu, enquanto eu desarmo o miúdo circo meu, para noutras praças cantar a sorte mais triste que já aconteceu. O baralho de amor e morte da tragédia de Julieta e de Romeu. " (faixa 11)Lindo, lindo, lindo, lindo, lindo. Se eu fizesse teatro, eu queria fazer o que eles fazem. Lúdico, itinerante, poético ... os mineiros cavam na própria terra um jeito muito deles de fazer arte. Neste cd, duas peças. Em Romeu e Julieta, o grupo editou as músicas mais bacanas das nossas serestras antigas, adaptando-as ao texto de Shakespeare. Delicado e surpreendentemente brasileiro. Em A Rua da Amargura, um olho no aspecto mambembe das procissões católicas, adaptado na paixão de cristo mais genuína da nossa terra.
Um dos primeiros filmes de um cineasta que prima pelo rigor estético, A Barriga do Arquiteto é um legítimo avant guard. Cheio de plots simbólicos, temos uma narrativa clássica sendo digerida ao longo da história. Um arquiteto americano chega à Itália para organizar uma exposição de um arquiteto francês [Boullé], que é o ícone de toda sua formação. O personagem fica então colado num espelhamento obsessivo que vai se desenvolvendo ao longo do filme - que se funda através de dialogismos: construção e corpo, morte e nascimento, originalidade e simulacro.
Javaceff Christo (1935), artista búlgaro, apropria-se da geografia, do entorno, em intervenções realizadas no espaço público: ele embrulha, com telas ou tecido, monumentos, construções arquitetônicas, objetos comuns, trazendo à memória circundante um lapso significante inusitado e provocativo. O espaço geográfico como campo contaminado de subjetividades, é lugar de inscrições. O artista retoma os ready mades de Marcel Duchamp, retirando do objeto sua função primária para inscrevê-lo no campo simbólico.
Desde a época da faculdade fui tomada pelas imagens deste fotógrafo para nunca mais largá-las. Ele cria as cenas-mitos que vai registrar, para enunciá-las num discurso estético desestabilizador. Evoca imagens arquetípicas da humanidade nossa de cada dia e as enreda num tom melancólico e irônico.
"O olho grande da menina
"Para onde estamos indo? – não importava que eu, erguendo os olhos, alcançasse paisagens muito novas, quem sabe menos ásperas, não importava que eu, caminhando, me conduzisse para regiões cada vez mais afastadas, pois haveria de ouvir claramente de meus anseios um ruído rígido, era um cascalho, um osso rigoroso, desprovido de qualquer dúvida; 'estamos indo sempre para casa.'." (Raduan Nassar, in Lavoura Arcaica: 36)
Voltando da viagem anterior ... de fato em todas as fotografias da minha infância eu estive vestida de azul. Tudo meu foi azul, botas, batas, meias-calça, vestidos, bonecas, camisetas, pelúcias e o tapete do quarto. Tudo azul.
Estou relendo meu livro do Yves Klein. Além de dar de presente à alma da gente o azul luminoso das verdades transcendentais que a arte dele endossava - oui, inventou uma nova luz para a cor azul, é química, portanto, ciência -, ele voou factualmente entre o céu e a terra. E registrou. Apenas pra mostrar que é possível.
Eu gosto de decoração porque ela aciona uma metáfora incrível. Faz uso da memória retida nas coisas e tem um poder que nem sempre nos é acessível por outras vias: faz intercâmbio de significados debaixo do chão que você pisa e bem nas quinas das paredes que você pinta. Um lenço branco bordado, deitado no criado-mudo, ultrapassa a própria história para virar cama de terço. Que veio lá de Jerusalém. Os broches, de pano vermelho da avó e de cristais coloridos da mãe, foram fazer enfeite no abat-jour da outra linhagem da família. Ironias. Não é privilégio das coisas serem revestidas de funções inusitadas só porque o banco virou mesa? Não retiramos da arte esse poder regenerador, esse perfume âmbar misturado à acústica das nossas angústias mundanas? É por isso, meu caro, só por isso, que mi casa não é su casa.
Há sim, fórmula do fracasso. A tábula rasa dos esteriótipos. O pecado mora mesmo ao lado (da Rede Globo). E que pecado: Eça de Queiroz deve estar se espremendo no caixão. Sua Luísa frágil, doente, ressequida de ventre ... não era isso? Aquela que amarga a descoberta do feminino na virada do século XIX e todas as reverberações do ato de ser mulher. Sim, era isso. Pois foi resumida numa histérica fútil que descobriu com o primo bonitão o que é uma boa sensualidade, pra não dizer trepada. E ainda morre por isso, não nisso.Olha
a janela
da bela
Arabela
Que flor
é aquela
que Arabela
molha?
É uma flor amarela
[ Cecília Meireles,
Ou isto ou aquilo]
O povo daqui anda achando graça das minhas postagens.É preciso achar o criançamento das palavras - não fui eu, foi o Manoel de Barros.E que eles esquecem que depois do mundo underground (nõnõ, as raves vieram depois) eu cai de paraquedas no mundo da maternidade. E descobri que há um brilho único na infância que merece ser apreciado. Não estou falando apenas do que vc descobre dentro desse amor doido por um filho. Mas de algo que é se colocar ao lado deles, do tamaninho deles, olhando pra esse mundão afora ... ok ????????
Se você tem entre 30 e 40 anos, então abra os ouvidos para os remix da década de 70 da Som Livre: com lançamentos que vão de Vila Sésamo a Sitio do Pica Pau Amarelo, você terá a chance de reviver canções emocionantes da sua infância.
Tim Burton filmou uma história linda. Tema down, visual meticulosamente inglês, um roteiro que faz paródia com o suspense e a surpresa: uma obra sobre o amor, sobre a antropomorfia do amor e da morte.
Hayao Miyazaki, ganhador do Oscar pelo longa "A Viagem de Chihiro" vem a nocaute no segundo round, "O Castelo Animado".